Porquê?
Porque tem o meu coração vontades súbitas de se expressar? Porque tem o meu cérebro saudades emergentes de querer partilhar com o meu peito, o que a minha alma me diz...Até hoje desconheço. Não encontro uma resposta....Mas é verdade, sinto-o.
O quê?
Um sentimento alegre, mas controverso e diverso, que se espalha pela aurora do final de cada tarde numa luz ténue e me lembra cheiros e significados. O que é...vem cá de dentro, do fundo,... bem do fundo do meu âmago. E, enquanto não explode ou rebenta, não sossega, nem me dá sossego...
Como?
Aproveito portas e travessas e deixo as palavras sair, jorrar por entre os meus dedos feitos boca. Muitas não têm nexo ou sentido...surgem soltas, desgarradas, desfasadas, decididas sem pedir autorização. Outras vêm juntinhas, encostam-se a mim com carinho, encaixam-se, onde tudo faz sentido do princípio até ao fim.
Quem?
Eu...alma de ninguém multicolor que abrigada dos outros encontra o refúgio apenas dentro de si. Translúcida; sonhadora inveterada; gipsofila; de uma loucura sã; de inocência adulta; fraga do ventre de alguém; forte e fraca nos momentos; que geme quando é preciso e faz gemer quando passa; criança nos seus desejos; que ama a vida e a guarda; que encontra a felicidade em apontamentos; Maria de sonho e de nada, insignificada.
Quando?
...nos momentos mais disformes, inadequados...onde nem uma caneta tenho à mão...nem paz, nem perdão; ...para acalmar a minha ira, amor, ou indulgência expressiva de uma vontade súbita de viver e significar algo mais, junto de alguém ou de mim.
Onde?
Num universo qualquer, onde a Ordem exista e persista...
Vivemos num mundo padrasto, que nos bate sem motivos, que nos divide, que nos compra, que nos vende ....que é austero e arrogante..........se, não for os "mimos" que podemos dar uns aos outros em cada gesto, a cada dia, para que serve a nossa existência?
... a minha existência está resolvida...